segunda-feira, 18 de abril de 2016

Bate-papo com autor Carvalho Junior

Bate-Papo com Autores
Estamos iniciando uma série de entrevistas e bate-papo com autores nacionais, e de diversos gêneros da literatura brasileira.
Nosso bate-papo dessa semana é com o autor Carvalho Junior de Caxias - MA.
Leiam!!
CARVALHO JUNIOR EM CONVERSA COM JAÍLTON DIAS
Carvalho Junior, 30 anos, natural de Caxias-MA, professor, escritor e ativista cultural, é autor dos livros de poemas Mulheres de Carvalho (Café & Lápis, São Luís, 2011), A Rua do Sol e da Lua (Scortecci, São Paulo, 2013) e Dança dos dísticos (Patuá, São Paulo, 2014). Participou das antologias nacionais 29 de abril: o verso da violência (Patuá, 2015) e Entre-textos 3 (Vidráguas, 2016). Tem poemas publicados nas revistas Germina, Mallarmargens, Janelas em Rotação e Ilhavirtual. Vencedor do Troféu Nauro Machado no I Festival Maranhense de Conto e Poesia promovido pela Universidade Estadual do Maranhão. Já recebeu homenagens em desfile cívico, em estudos acadêmicos e muitas outras no seu estado natal. O autor recebe em breve, neste ano de 2016, novas homenagens na Feira Municipal de Literatura de Aldeias Altas-MA e no evento literário Na Pele da Palavra. Prepara a publicação do novo livro de poemas No alto da ladeira de pedra.
Confira abaixo algumas palavras de CJ em conversa com o escritor amigo Jaílton Dias:
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Costumo dizer que nasci na biblioteca em que tive o contato inicial com os textos de Gonçalves Dias e de Cecília Meireles. Aos 14 anos de idade rabiscava os primeiros poemas. As leituras e produções se intensificaram com o tempo e no meio acadêmico surgiu o nome Carvalho Junior quando da necessidade de assinar um texto de caráter metalinguístico. O nome foi se espalhando e trago comigo a responsabilidade do trabalho com a palavra, minha missão de vida.
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Não se pode brincar com coisa séria. Ou você vive a literatura ou você é um farsante. A poesia é minha chaga e minha cruz, queimou minhas canelas ainda na meninice em um acidente com fogo na casa de uma tia. Não posso abandonar por um instante que seja estas feridas que me fazem viver.
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Entre os poetas que mais me encantam está o grupo de brasileiros formado por Drummond, Quintana, Manoel de Barros, Murilo Mendes e João Cabral de Melo Neto. O chileno Pablo Neruda e o português Fernando Pessoa são muito importantes na minha trajetória de leitura também. Muitos outros autores (da prosa e do verso) me tocam e provocam. Os caminhos da leitura de cada um são muito particulares. Eu tenho me preocupado em estudar os clássicos da literatura universal ultimamente. Kafka, Dostoievski, Cervantes, García Márquez são leituras que ninguém pode deixar de fazer antes de partir para outra dimensão misteriosa.
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Muitos textos críticos generosos têm sido direcionados ao meu trabalho, mas algumas cacetadas de gente que nos deseja diminuir, apagar e negar também acontecem. Eu aceito tudo numa boa e acho bacana que exista esse universo dialógico de percepções. Eu não me meto em bate-bocas, posto que o meu foco é o trabalho, a procura incessante pelo crescimento dentro do conhecimento e da produção literária.
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Toda a coleção de histórias dos “Karas” do Pedro Bandeira são marcantes na minha adolescência. Robinson Crusoé, do Defoe, Memórias de minhas putas tristes, do Gabo, e A confissão de Lúcio, de Mário de Sá-Carneiro são livros que foram marcantes em épocas diferentes. Acho difícil eleger um livro ou autor mais marcante, pois todos marcam de alguma maneira, apenas de modos diferentes. Na lata, sem muito pensar, tendo que citar um nome brasileiro e outro universal, os dois nomes que primeiramente me ocorrem são os dos gênios Drummond e Shakespeare.
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Escrever é antes de tudo ouvir como disse o Antonio Carlos Secchin em uma de suas entrevistas, ouvir o mistério e “Penetrar surdamente no reino das palavras” como canta Drummond em poema. Nauro Machado, poeta maranhense dos mais importantes, ensinou-me que “ser poeta é duro e dura/e consome toda/ uma existência”. Assim sendo, nos meus exercícios de leitura e escrita e no experienciar cotidiano, busco incessantemente me aperfeiçoar no “escrouvir”.
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O poeta precisa estar pronto para todas as metamorfoses do caminho. Então, deixo para os amigos/leitores um poema (dístico) que me representa muito:
Renovo
palavrinhando e passarinhando por dentro...
meu silêncio significa que estou mudando de penas.


professorcarvalhojunior@gmail.com

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