quarta-feira, 29 de junho de 2016

Bate-papo com Autora Ahtange Ferreira


Ahtange Ferreira

AHTANGE FERREIRA é maranhense, nascida em setembro de 1974. De origem simples, muito cedo teve de aprender a lidar com perdas e decepções. Mas encontrou no mundo da leitura uma tônica de superação. Logo se apaixonou pelos livros e fez deles seu mundo mágico de sonhos. Contos e romances são os seus preferidos. Camilo Castelo Branco, com seu “Amor de Perdição”, muito a influenciou na literatura, ajudando-a se definir como escritora de romances. A autora ama a filosofia e a psicologia, embora seja leiga em tais áreas do conhecimento. Não nega que sua alma se regozija quando se depara com assuntos pertinentes. Para ela, o pensamento e a alma humana são tesouros inesgotáveis e maravilhosos, fazendo disso seu universo de inspiração. A autora é bacharel em Teologia e especialista em Educação Especial. Como psicopedagoga clínica e institucional, ama trabalhar com criança e adolescentes. Costuma dizer que tem muito que lutar, aprender e correr riscos. Mas acredita que, na vida, é preciso correr riscos. Por isso, ela se arrisca a ser julgada pelos seus leitores.

AHTANGE É palestrante, milita contra a violência doméstica, em Paço do Lumiar coordena a campanha Maria da Penha em ação por um Paço sem violência. Participou em 2013 do projeto Mochila Literária em Fortaleza, participou fazendo lançamentos nas bienais do Rio e de São Paulo, Feira do Livro de São Luís entre outros eventos no cenário literário.

http://ahtangeferreiraescritora.blogspot.com.br/2015/08/instantes-de-mim.html ( blog da autora)

https://twitter.com/ahtangef

https://www.facebook.com/Marcas-Indel%C3%A9veis-200403683382782/


Entrevista

· 01. Com quantos anos começou a escrever? Lembra o que escreveu a primeira vez?

Eu comecei de fato aos dezenove anos no ensino médio, eu fazia todas as redações do meu grupo. Adorava minha professora Helena de Literatura, foi ela que me apresentou os clássicos no fundo ela sabia que era eu quem fazia as redações ( risos) O que escrevi a primeira vez não lembro.

· 02. O que a literatura representa para você? (Pois é sabido que muitos artistas usam a literatura para expressarem seus sentimentos e impressões do mundo, porém há aqueles que apenas o fazem como forma de hobby ou passatempo, para dar uma pausa no estresse do dia-a-dia).

A Literatura para mim é alimento para alma, além de uma paixão foi a forma que encontrei de chamar atenção das pessoas para os temas que enfrento em sala de aula como: violência doméstica, indisciplina, dificuldade de aprendizagem, distúrbios de comportamento, ausência dos pais e lares em vulnerabilidade.

· 03. Como surgiu a ideia para esse primeiro livro?

Quando iniciei minha jornada no campo da educação em 2004, por conta de um aluno eu passei a observar melhor as crianças, seus comportamentos e a investigar suas famílias, chegando a conclusão de que os meus alunos com dificuldade de aprendizagem, viviam em lares vulneráveis, e este caso em particular me despertou pela gravidade então nasceu MARCAS INDELÉVEIS é possível recomeçar, nele eu trato de violência psicológica, gravidez na adolescência, etc.

· 04. Quais autores são referência para o seu trabalho?

Minhas referências: observação, estudo de caso, audições, entrevistas conversas após uma palestra, ou seja, eu escrevo a vida como ela é, não escrevo o romance pelo romance, mas todos os meus trabalhos trazem um tema no campo do comportamento ou mesmo psicopatologias e, a sexualidade enquanto comportamento é minha principal fonte de pesquisa e inspiração.

· 05. Qual a melhor parte de publicar um livro?

A melhor parte é o contato com os leitores, sempre que alguém entra em contato e fala sobre o que leu é gratificante demais, muitas mulheres infelizmente se encontram em minhas histórias, pois escrevo para mulheres reais, não escrevo fantasias, embora fantasia não falte, há que se tornar comercial, ou uma editora não publica. Mas o conteúdo dos meus livros em sua maioria esmagadora é sobre a vida como ela é.

· 06. E a mais difícil?

O mais difícil é escrever num país que não valoriza como deveria, é brigar com os grandes para ser lida, é não querer seguir modinha de receitinhas prontas para vender, o difícil é, tocar em temas reais, como violência doméstica, abuso sexual etc. As pessoas querem historinhas com final feliz, tudo certinho e, eu tenho essa dificuldade, meus livros em sua maioria não tem aquele final de contos de fadas, mas estou me esforçando. O difícil é ter que bancar todo e qualquer evento que queira participar, como feiras e bienais, é revoltante ser obrigado a deixar os livros em consignação em uma livraria e eles ficarem com 40 ou 50% do valor das vendas sem ter gasto um centavo. Difícil é, não ter seus livros em uma única livraria em sua cidade, pelo motivo supracitado e quando aceitamos tal disparete, ainda servir de suporte para livros estrangeiros, que este mesmo livreiro compra, e vende barato, promove enquanto seu livro sai por um preço abusivo para o leitor, do contrário o que sobra para o escritor não paga nem o frete. Bem vou parar por aqui, ou começarei a chorar.

· 07. Muitos escritores escrevem e compartilham com amigos, para saberem a opinião dos mesmos. Quando você esta escrevendo, costuma ter um leitor cobaia?

Não! Sou muito solitária neste ponto. Geralmente a primeira pessoa que lê é o revisor.

· 08. Poderia nos citar um trecho marcante em suas obras, a qual você usa diariamente ou marca a sua vida?

É POSSÍVEL RECOMEÇAR!!!! E nada acontece por acaso...

· 09. Qual foi a coisa mais engraçada que um leitor já te disse?

Nossa! Isso é complicado, um leitor me fez uma pergunta bemmmmm indiscreta eu quase morri. Ele quis saber se eu fazia sexo tal qual minhas personagens, se eu testava as cenas. ( Não achei engraçado, mas foi bem marcante, fiquei muito sem graça).
· 10. O que gosta de fazer nas horas de lazer?

Dormir, lê, dormir... Escrever... Dormir... Tomar vinho... Dormir...

11. Você tem outra atividade, além de ser autor?
Atualmente sou técnico na Secretaria de Educação na Divisão de Projetos Especiais, sou professora e palestrante.

· 12. Obrigada por aceitar a entrevista! Gostaria de dizer algo aos nossos leitores?

Gostaria muito de agradecer a oportunidade de estar um pouco mais próxima, deixo minha eterna gratidão a cada um dos meus leitores, e torcendo pela chegada dos novos. Obrigada a ti pelo convite. E que possamos cada vez mais valorizar, conhecer e oportunizar aos nossos escritores nacionais mostrar que podem escrever boas histórias.

Livros da Autora:









Até a próxima
Jaílton Dias!

2 comentários:

  1. Meu querido, muito obrigada pelo espaço. Fico muito feliz por poder ficar pertinho dos seus leitores. Grata pela oportunidade e que bom poder contar com este carinho.
    Abraços!

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